Faz um tempo que não escrevo...Talvez porque em alguns momentos seja mais importante viver do que descrever...Mais um "momento devaneios":
Pra que servem os clichês? Às vezes fico pensando nos sábios ou tolos conselhos dados por nossas avós, ou por pessoas ditas "vividas". Clichês são "verdades" propagadas pelo senso comum e trazem conceitos de "certo", "errado" e como certas coisas "são". Da mesma forma, carregam em si respostas prontas sobre como se deve agir frente a determinadas situações: "Se A, então B. É batata". "Já vi isso muitas vezes...é furada". Ou: "Os homens/mulheres/pessoas são/esperam/fazem assim...". Acho que não preciso citar exemplos, né?
Às vezes invejo a serenidade e a coragem de pessoas maduras e experientes, aquelas que vivem bem a arte de viver - o que não significa ausência de erros e confusões. Queria nascer sabendo algumas coisas. Gostaria de ter a liberdade de não me preocupar com outras. Afinal, sei que tudo passa, não é?! Mas acho que no fundo é bom que a vida seja assim, parecida com a água: ela se molda conforme as situações. Possui estados diferentes. Hidrata. Lava. Aquece. Provoca frio. Pode ser calma e relaxante, mas também forte como a correnteza de um rio. Ou como um tsunami, imprevisível, que passa e leva o que encontra. Destrói, e faz com que algumas coisas morram...impulsionando outras a recomeçar. Ou apenas a começar algo que nunca foi pensado antes. Depende do seu estado, da temperatura, do tempo, do planeta, das pessoas...de tudo.
Por isso, clichês limitam...Penso que eles servem basicamente para aprisionar e limitar. E também para aliviar nossas angústias e tornar conhecido algo novo. Não que a experiência dos outros - ou nossas vivências anteriores - não tenham o seu valor. Claro que têm. No entanto, o perigo de se entregar aos clichês é acomodar-se, fechar-se ao novo...e não ouvir aquela voz interior que todos temos, que volta e meia nos fala...e geralmente está certa.
Só faz descobertas quem se abre ao desconhecido. Mesmo que a descoberta venha a ser que, de fato, algumas coisas eram - infelizmente - como diziam nossas avós. Ao menos naquele momento. Ou, que algumas coisas não são como sonhávamos, o que não anula a sua importância e seu aprendizado. Alguém aprende a andar sem cair? Talvez errar seja uma necessidade humana...
No fim, o coração, aliado à razão, sempre está certo. E quando os dois nos tocam...não há como mentir para nós mesmos. No nosso interior se encontra a resposta que procuramos...acredito nisso! O difícil às vezes é ouvir... Mas os amigos sempre nos ajudam... :)