MEUS BOTÕES E EU...

Um diálogo com meus botões...

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007

Devaneios...

Infinito particular

Eis o melhor e o pior de mim

O meu termômetro, o meu quilate
Vem cara, me retrate
Não é impossível
Eu não sou difícil de ler

Faça sua parte

Eu sou daqui, eu não sou de Marte
Vem, cara, me repara
Não vê, tá na cara, sou porta-bandeira de mim

Só não se perca ao entrar
No meu infinito particular

Em alguns instantes
Sou pequenina e também gigante
Vem cara, se declara

O mundo é portátil
Pra quem não tem nada a esconder

Olha minha cara
É só mistério, não tem segredo
Vem cá, não tenha medo

A água é potável
Daqui você pode beber

Só não se perca ao entrar
No meu infinito particular

(Arnaldo Antunes, Marisa Monte, Carlinhos Brown)


Dei de cara com essa música hoje. Acho que sou romântica mesmo, e não tenho jeito. E sou enlouquecida por poesia. Completamente.

Apesar dos pesares, acho os românticos muito mais criativos! Pra mim, os autênticos românticos são compositores. Não são aqueles que dizem sempre palavras bonitinhas, melosas e dormem de “conchinha” (isso pode ser outra coisa, não confundam!), imitando por vezes os filmes que mostram a vida com maquiagem cinematográfica...

Pra mim, os autênticos românticos são os que sabem reinventar...Criar...são artistas! Sensíveis como os olhos de um fotógrafo que capta do cotidiano cenas que nem todos perceberiam.


Não sei a quantas anda meu nível de romantismo, mas fica aqui minha homenagem a esses seres por vezes quase psicóticos...Que sofrem...que precisam de umas pancadas na cabeça pra aprender e voltar pra casinha (ou sair dela!)...mas que são artistas!! São sim!

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

Palavrões terapêuticos...

De uns tempos pra cá tenho me rendido aos benefícios dos palavrões. Até existe uma comunidade no Orkut sobre isso: palavrões como método terapêutico. De fato, eles podem ser muito terapêuticos quando são ditos em momentos oportunos.


Também no Orkut existe uma comunidade que se chama “APA”. O que é APA?! Um jeito prático, suave e carinhoso de dizer: “Apa Puta que te Pariu”.


Talvez alguns amigos meus se choquem caso leiam isso. Posso ser para alguns muito certinha e educada...não sou uma desbocada!! “Eu sou chique, benhê!!”. Mas alguns palavrões libertam: a gente diz, a raiva passa...e a vida continua. Não sou muito criativa para palavrões e meu “vocabulário verbal” não é grande. Confesso que sou adepta dos tradicionais (M*, PQP e PM são meus favoritos) e que não gosto de alguns que são vulgares, como aquele que rima com “trombeta” e aquele que rima com “carvalho”. Este último já virou “neutro” e uso nas raras vezes em que quero chocar para zuar ou chutar o balde. Também não sou chegada em outros “neutros” - como “foda” - que tão mais pra gíria. Aí fica a gosto do freguês.


Sobre isso, para as pessoas mais refinadas, existem outras variações de palavrões em termos “finos” (prostituta que deu à luz; ânus; evacua ou desocupa a moita; etc.) e “estrangeiros” (mierda, fueda).


Outro achado é a entonação da voz. Podemos dizer em tom poético, meigo, profundo e quase existencialista “mierda...”. Assim como em tons mais frenéticos e descabelantes. AAAHHH *****!!! Da mesma forma, palavrões podem ser usados em momentos descontraídos. Daí vieram as gírias! É bom!!! Sinais, trocadilhos e imagens (como emoticons) também oferecem este benefício.


Era um palavrão assim (não exatamente um palavrão! Não chega a taaanto), educadinho, que eu queria ter dito para uma gerente de uma loja. Fui lá, limpinha, bonitinha e ela me tratou tão mal! Ah...mas preferi o método “frieza e bons costumes”...Vou usar meus afetos em outras vizinhanças! Resolvi escrever. Passou! Nem era nada demais.


...eu adoro o jogo do contente (minha primeira opção!)...assim como louvar e agradecer...mas engolir sapo também não eras. Tem que extravasar!

terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

O tempo...

“Existe um tempo para cada coisa” (Ecle 3,3). E o tempo, existe? Segundo a Física Quântica não.


Afinal, o que é o tempo? Será um senhor com charuto, sentado com cara de analista ou de gângster a nos observar? Desta forma, assim como num jogo de cartas ou de xadrez ele, compenetrado e misterioso, analisa cada passo nosso com o objetivo de chegar ao fim. Ganhando ou perdendo. Querendo vencer, claro.


Não acredito em “momentos errados”. Nem em “pessoas certas no momento errado”. Nem em “boas oportunidades quando não se precisa”. Acho que o tempo é somente um parceiro, e joga com a gente oferecendo um leque de possibilidades. Viva o livre arbítrio! E a responsabilidade! Acima de tudo, ele quer ensinar. Ele realmente nos olha, profundamente...mas o resultado depende de nós. Pena que nem sempre percebemos as oportunidades que a vida nos dá (pois elas passam...), assim como “jogadas” por vezes óbvias que, de fato, em outros momentos, faríamos automaticamente. Faríamos diferente. Mas é do ser humano. Errar e acertar. E aprender...principalmente com os erros.


...acho que ficamos muitas vezes fechados em algumas verdades pessoais absolutas...fechados em padrões e expectativas...E assim ficamos cegos por medo do novo, pelo que julgamos antigo e "óbvio" (clichês/generalizações) e também pelo comodismo...e imaturidade mesmo! ¹

Mas não é motivo pra pânico!! Vamo que vamo! ;) Carpe Diem!

Ju, a culpa é tua!!! Pensei nisso depois dos nossos momentos filosóficos! (falávamos sobre dois filmes: "A Casa do Lago" e "Escrito nas estrelas". Num primeiro olhar, dois filmes românticos com finais previsíveis...mas dão um "caldo" pros devaneios sobre o tempo...)

1. Lembrei daquela piada: Um homem estava no meio de uma enchente e orou pedindo ajuda a Deus. Então passou um homem de barco e disse: "Ei, sobe aqui! Vem comigo!". E o homem respondeu: "Não...estou esperando a ajuda de Deus!". Depois apareceu um helicóptero de resgate...e o homem rejeitou novamente a ajuda. Após algum tempo, o homem morreu afogado e foi tirar satisfações com Deus. E Deus disse: "Mas eu te mandei barco, helicóptero...e mesmo assim, tu recusou! Eu te ajudei e tu não viu!". ( Nossa...nota de rodapé no blog ninguém merece!!! rs... Xô, ABNT!)

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

Mortos vivos!!

Certa vez, num madrugadão no msn, um amigo me perguntou algo assim: "Mari, tu já pensou no que tu faria se mortos vivos invadissem a Terra?". Pergunta bem madrugadão, onde os devaneios tomam conta...ou coisa dele! Pois então, disse que jamais havia pensado no assunto. Mas ultimamente tenho pensado no que fiz quando mortos vivos invadiram a Terra. Porque descobri que eles existem, e que, de fato, assombram as pessoas. Contudo, cabe ressaltar que eles surgem na versão vivos, embora falecidos: os "ex". Ex-namorados, ex-pretendentes, ex-casos, ex-qualquer coisa.

Então a pergunta que fica é: o que pretendem os mortos vivos? De onde eles vêm? hehe. Gostaria de descrever algumas características destes seres do além, embora nem eu mesma saiba do que se trata exatamente. Então:

  1. Eles nunca mais falaram com a gente e aparecem assim que começamos a sair com outra pessoa. Eles possuem um radar incrível: ninguém te viu, tu não contou pra ninguém...mas eles sabem! Serão extraterrestres? Terão super poderes?! Uns apenas aparecem para assombrar, sem grandes pretensões. Outros vêm afoitos, visando a ressurreição...imagiiina se outro vai ocupar o "posto"!! Então eles utilizam algumas táticas: sedução, pedidos de perdão, promessas, clamores, convites para sair, pedidos de ajuda, telefonemas... E já vi casos em que eles se reuniram e apareceram todos juntos, na mesma semana! Sério!
  2. Eles aparecem literalmente na versão assombração, quando estamos iniciando algo com alguém, ou em momentos de reflexão pessoal (quando não queremos ninguém, especialmente eles). Invadem os pensamentos, os sonhos e assim evocamos lembranças boas, que balançam...e ruins, que assustam...quase um encosto. Ou um encosto mesmo! Isso quando não dão as caras somente para incomodar. Somente isso. Especialmente se se sentiram injustiçados anteriormente.
  3. Eles ficam no cemitério, ou no seu "plano espiritual". Descansem em paz. Ufa!!!

Prometi para mim que não seria adepta dos clichês que vêm inevitavelmente à mente. Mas os mortos vivos existem! Talvez com a maturidade da vida seja diferente mas...É tão comum...Escrevo isso por experiência própria e pelo que tenho visto acontecer com diferentes pessoas - recentemente. Talvez os mortos vivos voltem porque provavelmente algo não ficou bem resolvido. Ou uma gestalt¹ ficou aberta. Um amor que poderia ser vivido e não foi?! Uma "pegada" que foi boa e que não se quer perder?! Teimosia?! Comodismo?! Sei lá... Mas, assim como dizem "corpo aberto" e "corpo fechado" em certas religiões...se eles aparecem...e nós os vimos...e nos incomodamos...ou nos inquietamos...é porque...estamos "abertos"? :S

Enfim. É como emprego: depois que a gente consegue um aparecem outros...Mas isso me leva a pensar duas coisas: primeiro, que nada é tão definitivo e irreversível na vida...e depois, que tudo passa. Um dia é da caça e outro do caçador. E como outro amigo me disse, a vida não é lógica!

Mas depois podemos rir de tudo...

"Por hoje é só, pessoal"!!! ;) (seres do além que lêem este blog...obviamente!)

_________

1. A grosso modo: um ciclo aberto a ser cumprido...com necessidades...que se fecha...se finaliza quando satisfeito/cumprido.

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007

Humor: mentira ou alquimia?


Tenho pensado nesses últimos dias sobre o humor. Este que é uma dádiva, um talento criativo que protege e fortalece comprovadamente nosso organismo gerando bem-estar e melhor qualidade de vida (etc.etc.)...também pode ser considerado uma mentira. Qualquer programa de humor ilustra muito bem isso: enquanto os humoristas fazem piadas em cima de cenas que naturalmente não possuiriam a menor graça...a realidade perde seu peso...sua forma...e, assim, podemos negá-la. Lembrei também da imagem/arquétipo do palhaço: enquanto ele alegra o povo, em seu íntimo, dizem, chora de dor. E lembrei da psicanálise e suas famosas defesas maníacas que fazem de tudo para evitar o contato com o sofrimento...da realidade. Assim, piadas, risadas e quaisquer outras atitudes são bem-vindas para evitar a verdade nua e crua. Inteira, como ela é. Talvez por isso os existencialistas sejam -na maioria das vezes(?)- tão melancólicos.

Por isso o humor pode ser considerado uma “mentira”. Ele proporciona um outro olhar e uma imagem distorcida da realidade, que de cinza passa a colorida, que de desagradável passa a perfumada, que de amarga passa a doce, ou temperada... E assim a vida é editada com uma espécie de photoshop. Não é à toa que o dito cujo seja um mecanismo de defesa psíquico que por vezes passa despercebido.

No entanto, acredito que o humor possua algo muito mais especial do que a mentira: ele transforma e nos dá um novo olhar. A realidade continua existindo...mas este nosso amigo lembra que, apesar dos pesares, há esperança...existe alegria. E podemos ser maiores do que a dor e do que as trapalhadas e tragédias do dia-a-dia. A vida continua. Muito mais colorida. E divertida!

De volta à vida de blogueira...

Tô de volta à vida de blogueira. Resolvi mudar de "provedor" e postar meus devaneios aqui. Coloquei alguns textos de 2005, 2006...e talvez coloque mais alguns...

Não sei se é empolgação de início de férias (porque geralmente escrevo muito nas férias e durante o ano perco a paciência!rs), planos...desejos...mente livre...Enfim. Tô de volta!

Por que "meus botões e eu"? Porque mesmo que eu não escreva, tô sempre pensando com eles: caminhando, no ônibus...antes de dormir...ao acordar...Eu e meus sentimentos, teorias...devaneios...viagens... Resolvi compartilhar! Por que não?! É mais forte do que eu!

Pra que servem os blogs?... Geralmente as pessoas não têm paciência de ler. Nem de escrever... Mas eu gosto! E gosto de ler os dos outros!! Assim como crônicas e etcs. (amo!)

Então, seja bem-vindo(a)!

Bjossss!