Cá estava eu com meus sentimentos e idéias bagunçadas arrumando meu quarto, meus cacarecos e milhares de papeladas. Algumas coisas não fazem mais parte da minha vida: roupas que não uso mais, sapatos, papéis, lembranças de momentos que não fazem mais sentido...e, com isso...lembranças!
O ser humano é realmente teimoso. E alguns se superam, são bem dotados disso. E fiquei pensando, ao encontrar algumas coisas que inevitavelmente me trazem recordações: aonde eu estava com a cabeça??! Por que fiz isso?! E por que insisti? Mas esses questionamentos não vieram num tom de pesar ou arrependimento. Pelo contrário, fiquei perplexa com atitudes minhas. Foi como ouvir a história surpreendente de outra pessoa. Mas era a minha. Ou olhar fotos dos anos 80: roupas com ombreiras, cabelos bagunçados...credo! Ontem eu fiz. Hoje não faria. Algumas coisas sim. Acho. Talvez pelo desfecho...
Na época eu tinha certeza de que aquilo - ou "aquilos", pois envolve diversas situações - seria o melhor. E ninguém conseguiria me provar o contrário. Até poderiam, sim, me convencer de que não era o melhor. Mas me impedir de fazer? Pssss. Que nada! E fiz...não me arrependo. Ao menos minha consciência está tranqüila. Lutei. Tentei. Dei o melhor de mim. Ou fiz uma baita burrada...mas não fiquei imaginando "como seria a vida se...". Assim como não fiz, não tentei. E passou...
O ser humano é capaz de muitas coisas, dependendo do momento. Até mesmo aqueles que dizem que não são. É como numa situação inesperada e difícil, como um assalto: a reação sempre será instintiva, não há como prever o comportamento, por mais que se queira racionalizar. Já vi pessoas super prudentes e contidas contarem que durante um assalto reagiram berrando e se "pegando" com o ladrão.
Às vezes é engraçado olhar para trás e analisar nossa vida. Traçar um "antes e depois"...pensar em como nos imaginávamos hoje e em como agora somos. Daria um filme...